quinta-feira, 18 de junho de 2015

Prova multidisciplinar

Ola turma! Atendendo a pedidos... sobre a prova multidisciplinar:
Fiquem atentos as características clinicas e radiograficas das lesões, a prova terá aquele estilo de casos clínicos.

Bjos  e BOA PROVA A TODOS!




terça-feira, 9 de junho de 2015

Sífilis

A Sífilis é uma doença sexualmente transmissível, causada por Infecção bacteriana pelo Treponema Pallidum (espiroqueta anaeróbio). Esta doença tem apresentado um significativo aumento na prevalência nos últimos anos devido ao descuido da população com a proteção durante a relação sexual. Por ser sexualmente transmissível, deve-se sempre pesquisar o HIV em pacientes com diagnóstico de sífilis e pesquisar a sífilis em pacientes com diagnóstico de HIV.

O curso da doença ocorre da seguinte maneira:
Depois de um período de 1 a 3 semanas após o contato com secreção infectada, o paciente apresentará uma lesão em cancro (nódulo ulcerado e endurecido) no local no contágio, geralmente mucosa genital. Essa lesão desaparece em 7 a 10 dias. Esse é o etágio de sífilis primária.

O estágio de sífilis secundária aparece se o paciente não for tratado no primeiro estágio. Nesse estágio lesões em boca são muito comuns, caracterizadas por placas e pápulas leucoplásicas e eritroplásicas e Lesões ulceronodulares, podendo apresentar necrose. Geralmente as lesões em boca são acompanhadas por lesões em outros locais como a mão.

Se não houver tratamento a doença evolui para sífilis terciária. Nesse estágio apresenta Goma sifilítica, com lesões extensas e necrosadas em várias partes do corpo (perfuração do palato duro quando em mucosa oral). O paciente pode ainda apresentar leucoplasia sifilítica e neurosífilis.

Se o contágio acontece durante a gravidez, a bactéria pode atravessar a barreira placentáriae afetar o bebe, o que chamamos de sífilis congênita.
As alterações mais comuns  na sífilis congênitas são surdez, queratite corneana, que leva a perda de visão e alterações orofaciais como os dentes de Hutchinson, com os incisivos exibindo coroas sofrendo estreitamento em direção à margem incisal.

O tratamento para sífilis é relativamente acessível, e consiste na aplicação de 4 doses de Penicilina G benzatina 2.400.000, uma por semana.


Carcinoma Epidermoide

Carcinoma Epidermoide

O carcinoma de células escamosas ou carcinoma epidermoide bucal (CEC) consiste na neoplasia maligna mais comum da cavidade oral, representando 90% a 96% dos cânceres bucais. Essa neoplasia tem origem nas células tronco epiteliais presentes na camada basal, Em lábio inferior, o carcinoma de células escamosas está intimamente ligado a exposição aos raios ultravioletas, sendo mais predominante em indivíduos leucodermas. As características clínicas são variáveis, mas é comum encontrar lesões ulceradas com bordas elevadas e endurecidas, facilmente sangrantes.  Em outras áreas da mucosa oral, está relacionado a hábitos deletérios como uso de tabaco e álcool, sendo mais prevalente em indivíduos do sexo masculino e acima de 50 anos, no entanto essas características tem mudado com o aumento da incidência em mulheres e jovens, nesses casos geralmente afeta língua e assoalho bucal e apresenta áreas eritroleucoplásicas e lesões ulceradas com bordas endurecidas.  O tratamento e o prognóstico do câncer oral estão significativamente vinculados ao estágio clínico da doença, sendo que as lesões iniciais apresentam alto índice de sobrevida e cura, o, os tumores com menos de 2 cm, nos quais ocorrem os maiores índices de metástases e recidivas, podem apresentar comportamento evolutivo distinto, sendo que seu tamanho se relaciona com maior perda de diferenciação (células tumorais  imaturas).




domingo, 7 de junho de 2015

Tumores Benignos

Papiloma

Lesão induzida pelo papilomavirus Humano (HPV). É uma proliferação celular benigna do epitélio escamoso estratificado que resulta em um aumento de volume papilar ou verruciforme.
Podem ser encontrados no vermelhão dos lábios e na mucosa da boca, com predileção pelo palato duro, palato mole e úvula. Essas três últimas localizações constituem aproximadamente um terço das lesões encontradas. Em geral medem menos do que 1cm na maior dimensão e aparecem como alterações exofíticas da superfície, entre granulares e semelhantes a couve-flor.
O tratamento é  a excisão cirúrgica e biópsia. Recidivas são raras.


Papiloma
 Estomatologia Unioeste


Lipoma

O lipoma intraoral é uma neoplasia benigna de mucosa correspondendo de 1 a 4% de todos os tumores benignos de mucosa oral. Apresentam tecido mesenquimal adiposo, usualmente coberto por uma fina camada de cápsula fibrosa, podendo ocorrer em diferentes tecidos e órgãos do corpo. Sua etiologia e patogenicidade não é bem esclarecida, sendo relatada a influência de fatores hormonais, endócrinos e inflamatórios. Geralmente são de crescimento lento, bem delimitado, indolor podendo ser superficial ou profundo, porém possuem um subtipo maligno denominado liposarcoma. As regiões na cavidade bucal com maior frequência são: mucosa bucal, lábio, língua, sulco vestibular e assoalho bucal. O diagnóstico é geralmente clínico. O tratamento é a excisão cirúrgica, e o especime deve ser encaminhado para biópsia.

A e B lipoma em borda lateral de língua, imagem clínica e da lesão excisada. Em C e D observamos células adipposas maduras.


Schwanoma
Neoplasia benigna originária das células de Schwan, que fazem parte do  tecido nervoso.
Se apresentam como Lesões nodulares, de consistência borrachóide, assintomática.
Geralmente Ocorre em adultos jovens, com localização preferencial em língua, soalho e palato.O tratamento de escolha é a Excisão cirúrgica e biópsia.  Assim como em toda excisão cirurgica, o especime deve ser enviado para analise histopatológica onde vai apresentar na lâmina dois padrões distintos, denominados Antony A e Antony B. 

                                                                      Schwanoma


                                      Padrão Antony A Seta preta, Padrão Antony B seta azul

Carcinoma Mucoepidermoide

Carcinoma Mucoepidermoide

O carcinoma mucoepidermóide é um dos tumores malignos de glândulas salivares mais comuns. Acredita-se que sua origem seja nos ductos excretores das glândulas. A etiologia é desconhecida, sendo a radiação ionizante um fator de risco definitivamente vinculado a etiopatogenia dessas lesões.
Compreendem cerca de 6 a 9% de todos os tumores malignos de glândulas salivares, ocorrendo com mais frequência nas glândulas salivares maiores. Quando acomete as glândulas salivares menores, o sítio mais frequentemente envolvido é o palato. Ocasionalmente, os carcinomas mucoepidermóides aparecem com crescimento intraósseo nos maxilares. Esse tipo de tumor mais comum em mulheres de meia idade, sendo a mandíbula mais acometida.
O tumor ocorre igualmente em uma ampla faixa etária. No entanto é o tumor maligno de glândula salivar mais comum em crianças
Clinicamente, o carcinoma mucoepidermóide pode manifestar-se com um aumento de volume de evolução lenta, normalmente assintomáticos, mas que eventualmente podem estar associados à ulceração superficial e parestesia. Pode apresentar-se como lesão de coloração azul ou vermelha. A coloração azul é atribuída a produtos de degradação sanguínea ou estase vascular associada ao tumor. Tumores de glândulas salivares menores normalmente apresentam-se com edema, algumas vezes com flutuação e de coloração azul ou vermelha. Dor e paralisia facial usualmente estão associadas a tumores da parótida.

O tratamento do carcinoma mucoepidermóide depende da localização, grau histopatológico e estágio clínico do tumor. O diagnóstico precoce e o correto manejo dessa enfermidade são fatores determinantes no prognóstico podendo ser influenciados pelo tamanho da lesão primária, grau histopatológico e presença de metástases. O prognóstico é melhor em crianças e os tumores das glândulas salivares menores são usualmente tratados pela excisão cirúrgica, com margem de segurança.
Lesão na região posterior do palato duro do lado
esquerdo, de forma ovoide, coloração vermelho arroxeada,
consistência mole, superfície lisa, com tamanho aproximado
de 3 cm, de base séssil. 
Publicada em Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-fac.
v.10, n.1, p. 57-62, jan./mar. 2010

Adenocarcinoma Polimorfo de Baixo Grau

Adenocarcinoma Polimorfo de Baixo Grau



O adenocarcinoma polimorfo de baixo grau de malignidade (APBG) é uma neoplasia de glândula salivar que acomete quase exclusivamente glândulas salivares menores. É a segunda neoplasia maligna de glândula salivar mais comum depois do carcinoma Mucoepidermóide. Dos tumores de glândulas salivares, 10 a 15% são de glândulas salivares menores, sendo que o APBG representa aproximadamente 9% de todas as neoplasias de glândulas salivares menores.
O local mais acometido pelo APBG é o palato.  O gênero feminino é mais acometido, com pico de incidência entre a quinta e a oitava década de vida. Clinicamente, é uma lesão geralmente assintomática, de aspecto nodular, por vezes ulcerado, de crescimento lento, e o exame radiográfico pode mostrar o osso subjacente com aspecto de “roído de traça”. A excisão cirúrgica é o tratamento de escolha , em casos mais graves, pode ser realizada ressecção do osso subjacente. A associação com radioterapia também é indicada em alguns desses casos. Casos de recorrência e metástase são considerados raros na literatura
 
 
                                                       Lesão em Mucosa jugal.




                                          
                                               Transcirurgico da lesão.

Adenoma Pleomórfico

      Adenoma Pleomórfico


Tumor de glândula salivar mais comum. Acomete com maior frequência parótida. Clinicamente, o adenoma pleomórfico da glândula parótida apresenta-se como lesão nodular única, com margens bem delimitadas, superfície lobulada, consistência endurecida, móvel e indolor à palpação. A grande maioria (90%) dos casos acometem o lobo superficial da glândula, sendo 80% na sua porção inferior. Tumores bilaterais são extremamente raros
       Microscopicamente, a variedade de tipos celulares é a principal característica do adenoma pleomórfico, não apenas entre diferentes tumores mas também em diferentes partes de um mesmo tumor. É composto por elementos epiteliais, mioepiteliais e mesenquimais, envoltos em um estroma de natureza mixóide, condróide ou mesmo osteóide.
O diagnóstico da neoplasia de parótida é feito a partir da história clínica minuciosa e pelo exame físico. Os exames de imagem, particularmente a ultrassonografia e a tomografia computadorizada podem ser realizados em casos selecionados para planejar o tratamento. A punção aspirativa com agulha fina (PAAF) é outra modalidade diagnóstica que pode ser utilizada no sentido de determinar se o tumor é benigno ou maligno, no entanto não serve para definir a conduta terapêutica. O diagnóstico definitivo de adenoma pleomórfico é realizado pelo exame histopatológico em cortes de parafina, a partir de uma parotidectomia com identificação e preservação do nervo facial
Mais comum em sexo feminino (3:1) e pode ocorrer em qualquer idade com pico entre 30 e 50 anos.)

Pode acometer glandulas salivares menores, no interior da cavidade bucal, neste caso, 60% das lesões acontece em palato duro, como na imagem abaixo.
Tratamento
O tratamento para tumores de parótida é a remoção da glândula. Para lesões intrabucais deve-se realizar a excisão completa da lesão.





Adenoma Pleomorfico em palato duro.
Imagem prof. Marcelo Cardoso

Caxumba e Mucocele

Paritidite Epidemica (caxumba)

A parotidite epidémica é uma doença viral aguda caracterizada por febre e tumefacção de uma ou mais glândulas salivares (geralmente a parótida). Na maior parte das vezes a doença ocorre na infância ou na adolescência. O vírus responsável pela parotidite epidémica pertence à família Paramyxoviridae, Este vírus tem uma afinidade especial para as glândulas salivares, testículos e sistema nervoso. O único hospedeiro é o ser humano e a sua transmissão ocorre predominantemente por via aérea, através de aerossóis ou por contato direto com a saliva de indivíduos infectados.A fase aguda caracteriza-se pelo aparecimento de febre seguida de tumefacção das glândulas salivares, geralmente das parótidas. As complicações são raras. A orquidite, descrita em 20 a 30% dos doentes do sexo masculino, pode conduzir à infertilidade. A doença é geralmente benigna e de auto-resolução, não existe terapêutica antiviral específica para o seu tratamento. O tratamento é sintomático e de suporte, utilizandose medicação analgésica para alivio da dor associada à parotidite.






MUCOCELE

É um acúmulo de muco (saliva) que gera um aumento de volume, formando bolha após escapar de um conduto salivar rompido. Uma de suas características é o aparecimento e remissão da lesão. Comum em crianças, adolescentes em adultos jovens. O local mais acometido é lábio inferior. O tratamento é expectante ou cirurgico, dependendo do comportamento, tamanho e local da lesão.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Caxumba e Mucocele

Paritidite Epidemica (caxumba)

A parotidite epidémica é uma doença viral aguda caracterizada por febre e tumefacção de uma ou mais glândulas salivares (geralmente a parótida). Na maior parte das vezes a doença ocorre na infância ou na adolescência. O vírus responsável pela parotidite epidémica pertence à família Paramyxoviridae, Este vírus tem uma afinidade especial para as glândulas salivares, testículos e sistema nervoso. O único hospedeiro é o ser humano e a sua transmissão ocorre predominantemente por via aérea, através de aerossóis ou por contato direto com a saliva de indivíduos infectados.A fase aguda caracteriza-se pelo aparecimento de febre seguida de tumefacção das glândulas salivares, geralmente das parótidas. As complicações são raras. A orquidite, descrita em 20 a 30% dos doentes do sexo masculino, pode conduzir à infertilidade. A doença é geralmente benigna e de auto-resolução, não existe terapêutica antiviral específica para o seu tratamento. O tratamento é sintomático e de suporte, utilizandose medicação analgésica para alivio da dor associada à parotidite.


Sialodenite

Sialodenites
A sialoadenite é uma inflamação das glândulas salivares que pode ser de origem infecciosa ou não, caracterizada por edema, dor e diminuição ou ausência de salivação da glândula afetada. Possui duas formas de manifestação clínica: aguda e crônica.
 Essas infecções acometem, com maior frequência, as glândulas salivares maiores, principalmente a parótida, por produzir saliva com menor atividade bacteriostática em relação à da glândula submandibular. Alguns fatores favorecem a migração de bactérias, como: redução do fluxo salivar (devido à presença de cálculo e estenose ductal, desidrata- ção, grandes perdas de sangue, diarreia, medicação anticolinérgica ou diurética), comprometimento da resistência do hospedeiro, má higiene bucal e cirurgias recentes. A sintomatologia mais comumente observada na sialodenite aguda é o aumento no volume da glândula, acompanhado de dor (principalmente durante as refeições, devido à maior produção de saliva), edema, eritema, diminuição ou ausência de salivação da glândula afetada e secreção purulenta. O quadro também pode ser acompanhado de febre, trismo, calafrios, prostração e linfoadenopatia. O tratamento da sialodenite pode ser variado, dependendo do tipo, da etiologia e das possíveis associações.


Tumores Odontogenicos

  1. Fibroma Ameloblástico



É um tumor odontogenico misto verdadeiro, onde tanto células epiteliais quanto células mesenquimais apresentam proliferação. Acometendo normalmente pacientes jovens e sem predileção pelo gênero, este tipo de tumor é encontrado com maior frequência em regiões posteriores de mandíbula, e em 75 % dos casos está associado a um dente incluso. Radiograficamente: lesões uni ou multiloculares, radiolúcidas com limites precisos, presença de dentes inclusos é comum.
Tratamento: Excisão cirurgica em lesões grandes e Curetagem, recidivas são raras.


Fibroma Ameloblástico: Autoria Ana Amelia Bertoni et.al. PublicadoemRPG Rev Pós Grad 2012;19(3):134-8




Fibrodontoma Ameloblástico

O fibro-odontoma ameloblástico é um tumor odontogênico misto e de desenvolvimento lento e não agressivo. Normalmente está associado a um dente não erupcionado, sem predileção por gênero ou região anatômica. Seu crescimento progressivo e indolor pode causar grandes lesões e aumento de volume com consequente deformidade. Prevalece nas duas primeiras décadas de vida e é frequentemente diagnosticado devido à ausência de um ou mais dentes. Seu aspecto radiográfico é de uma lesão uni ou multilocular radiolúcida bem definida, contendo níveis variados de material radiopaco de forma e tamanho irregulares. É considerado um fibroma ameloblastico que apresentam elementos de esmalte e dentina .  A lesão pode ser tratada adequadamente através de curetagem cirúrgica sem a necessidade de remoção dos dentes adjacentes e o prognóstico é excelente, pois sua recidiva é incomum.



Fibro-odontoma ameloblastico: Radiografia panoramica mostrando imagem radiolucida com área radiopaca. Na histologia vemos células epiteliais produzindo matriz de esmalte e dentina. (J Can Dent Assoc 2002; 68(4):243-6).




MIXOMA
O mixoma odontogênico é uma lesão, que mimetiza microscopicamente a polpa ou o folículo dentário. Embora seja uma neoplasia benigna, é agressiva e pode recidivar devido à ausência de cápsula e da consistência frouxa. A imagem radiográfica é radiolúcida, mal-definida, exibindo trabéculas ósseas finas que formam angulo de 90 graus.  O tratamento de escolha é radical, já que a curetagem pode resultar em remoção incompleta. Apesar do potencial de recidiva, o prognóstico é bom.



Aspecto radiografico mostrando finas trabeculas ósseas formando angulos de 90 graus

                                                    Aspecto macroscópico, observe a consistencia gelatinosa da lesão

Odontoma

ODONTOMA:

São proliferações benignas consideradas hamartomas compostas de esmalte, dentina, cemento e polpa em quantidades variáveis. Relativamente comuns, são subclassificados nos tipos composto e complexo. 

Os odontomas compostos são constituídos de múltiplas (ocasionalmente 100 ou mais) estruturas semelhantes a um dente.

Os odontomas complexos consistem em massa de esmalte, dentina e cemento distribuídos de forma aleatória. 

Os tipos complexo e compostos ocorrem com a mesma frequência e são mais encontrados na maxila do que na mandíbula.  São detectados por exame radiográfico de rotina, são pequenos e raramente excede o tamanho de um dente.  A  maioria associa-se a coroas de dentes  não-irrompidos, porém também podem ocorrer entre as raízes de dentes irrompidos.

Normalmente o aspecto radiográfico é diagnóstico, separando um pequeno contorno radiolúcido a proliferação do osso normal circunjacente




Odontoma complexo



Odontoma composto: Multiplos dentículos




Tumores Odontogênicos: Ameloblastoma

Os tumores odontogênicos são lesões derivadas dos tecidos epitelial ou mesenquimal que fazem parte do complexo processo da odontogênese, e são classificados histologicamente de acordo com sua origem em epiteliais, mesenquimais ou mistos.

•Tumores de origem epitelal, sem ectomesênquima
-Ameloblastoma
-Tumor Odontogênico Epitelial Calcificante
-Tumor Odontogênico escamoso
-Tumor Odontogênico de células claras
-
•Tumores de origem epitelal, com ectomesênquima, com ou sem formação de tecidos duros
-Fibroma Ameloblástico
-Fibrodontoma Ameloblástico
-Odontoameloblastoma
-Tumor Odontogenico Adenmatóide
-Odontoma, complexo e composto
-
•Tumores de Ectomesenquima odontogenico com ou sem epitélio Odontogenico
-Fibroma Odontogenico
-Mixoma
-Cemetoblastoma



Ameloblastoma


O ameloblastoma é um neoplasia  localmente agressiva, na qual a diferenciação ameloblástica está presente. Ele é o mais comum entre os verdadeiros tumores odontogênicos. O ameloblastoma é derivado dos remanescentes da lâmina dentária,(podendo desenvolver-se através do revestimento dos cistos dentígeros) O desenvolvimento dos ameloblastomas periféricos pode derivar-se do epitélio de superfície da gengiva. Ele é capaz de causar deformidade orofacial e apresenta alto índice de reocorrência, se tratado inadequadamente.

São conhecidas 3 categorias de ameloblastoma: convencional; unicístico; periférico (extra-ósseo).

O ameloblastoma do tipo convencional é o mais comum e consiste em um componente infiltrativo sólido, porém áreas de formação cística podem ser presentes. 
É mais comum em adultos, média de 36 anos. Em 85% dos casos a ocorrência é na mandíbula, 60% na região dos molares e no ramo ascendente.
Radiograficamente se apresenta como lesão rediolúcida multicolulada, apresentando aspecto de bolhas de sabão quando as loculações são grandes, ou como favo de mel, quando pequenas. As margens são usualmente, bem definidas. Costumam apresentar reabsorção radicular e expansão da tábua óssea e até perfuração da cortical.

De regra, os ameloblastomas convencionais são tumores de crescimento lento, indolores e que permanecem assintomáticos até adquirirem grande tamanho. Uma tumefação óssea indolor é o sintoma mais comum, e expansões corticais pelos lados vestibular e lingual frequentemente são presentes.

O tratamento depende da extensão do tumor. Em geral, tais tumores são tratados pela remoção em bloco em virtude de esse tipo de ameloblastoma tender a infiltrar-se entre as trabéculas de osso intacto, antes que a reabsorção se torne evidente. Por isso, as margens do tumor geralmente se estendem além das margens clínicas ou radiográficas aparentes. Os ameloblastomas da região posterior da maxila são particularmente perigosos por causa da sua localização anatômica e a dificuldade do estabelecimento de margem cirúrgica adequada. A morte resulta da extensão direta do tumor até a base do crânio.



Ameloblastoma

Ameloblastoma de grande extenção
Transcirurgico Ameloblastoma.  Imagens cortesia Prof.Dr Celso Lemos



Cistos Odontogênicos:


Cistos odontogênicos:Como vocês podem notar os cistos da publicação anterior resultam  de epitélio na linha de fusão de processos embrionários (epitélio de estruturas primitivas). No entanto a maioria dos cistos dos ossos gnáticos  se origina do epitélio odontogênico. Estes cistos são denominados cistos odontogênicos.
De acordo com sua origem os cistos odontogênicos são classificados em de desenvolvimento e inflamatório.
Os cistos odontogênicos de desenvolvimento possuem causa desconhecida enquando os cistos inflamatórios resultam da inflamação.

Classificação dos cistos Odontogênicos:Desenvolvimento:1. Cisto Dentígero. *
2. Cisto de Erupção.*
3. Ceratocisto Odontogênico.*
4. Cisto Odontogênico ortoceratinizado.*
5. Cisto gengival (alveolar) do recém nascido.*
6. Cisto gengival do adulto.*
7. Cisto periodontal lateral.
8. Cisto odontogênico calcificante.
9. Cisto odontogênico glândular.
Inflamatório: 1. Cisto Periapical. (radicular)
2. Cisto Periapical (radicular) residual.
3. Cisto da bifurcação vestibular.

Abordamos aqui os principais cistos de origem odontogênica:
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CISTO DENTÍGERO:É definido como um cisto que se origina pela separação do folículo da coroa de um dente incluso, com a proliferação das células do órgão do esmalte. Está sempre relacionado a coroa de um dente não erupcionado É o tipo mais comum de cisto odontogênico de desenvolvimento, compreendendo cerca de 20% de todos os cistos epiteliados dos ossos gnáticos. A patogênese deste cisto é deconhecida, mas, aparentemente, ele desenvolve-se pelo acúmulo de líquido entre o epitélio reduzido do esmalte e a coroa do dente.



Características clínicas:Embora possam estar associados com qualquer dente incluso, é mais frequente em terceiros molares inferiores.
Ainda que o cisto dentígero possa ser encontrado em pacientes de diferentes idades, eles são, com mais frequência, descobertos em pacientes entre 10 e 30 anos de idade. 
Os cistos dentígeros são frequentemente assintomáticos e descobertos em apenas exames radiográficos de rotina.
Cistos grandes podem estar associados a expansão indolor do osso na região afetada. Lesões extensas podem provocar assimetria facial.

Característica radiográfica:Apresenta-se como uma lesão radiolúcida unilocular associada a coroa de um dente incluso.
Deve ser enfatizado que o aspecto radiográfico não é diagnóstico, já que queratocistos odontogênicos, ameloblastomas uniloculares e diversas outras lesões podem mostrar um aspecto radiográfico semelhante. O Diagnóstico é Histopatológico.


Tratamento:Usualmente é feito a enucleação do cisto e remoção do dente incluso associado. Se a erupção do dente envolvido é considerado viável, o dente pode ser mantido no local após remoção parcial da parede do cisto.
Cistos grandes também podem ser tratados com marsupialização.
Raramente ocorre recidivas.

QUERATOCISTO  ODONTOGÊNICO:Se origina de remanescentes celulares da lâmina dentária. 

Muitos pesquisadores sugerem que  devem ser considerados neoplasias císticos benignos e não cistos.
Eles constituem de 3 a 11% de todos os cistos.

Características clínicas:Podem ser encontrados em pacientes com idade variável, 
mas sua maior incidência está entre a 2ª e 3ª décadas de vida
Há uma leve predileção pelo sexo masculino.
A mandíbula é afetada em 60 a 80% dos casos, com acentuada tendência para envolver a região posterior do corpo mandibular e o ramo ascendente.

Quando pequenos são assintomáticos detectados em exame radiográfico de rotina.
Maiores podem estar associados a dor e tumefação


Os Queratocistos odontogênicos tendem a crescer no sentido ântero-posterior, pelos espaços medulares do osso, sem causar expansão óssea evidente. (essa característica é útil para o diagnóstico diferencial e radiográfico, pois cistos dentígeros e radiculares estão associados com a expansão do osso).
Pacientes devem ser avaliados para síndrome de gorlin.

Características radiográficas:Apresentam área radiolúcidas bem definida com margens regulares
Pode simular um cisto dentígero, um cisto radicular, um cisto residual etc...





Tratamento:
Muitos ceratocistos odontogênicos são tratadas de maneira semelhante a outros cistos de origem odontogênica, por enucleação ou curetagem. 


A completa remoção do cisto inteiro é Muitas vezes, difícil devido a natureza friável e a espessura fina da capsula do cisto.


Ao contrário dos outros cistos odontogênicos, o queratocisto tende a recorrer após o tratamento, não se sabe se isso se deve a fragmentos do cisto que não foram removidos no momento da cirurgia ou a um “novo” cisto que se desenvolveu de remanescentes da lâmina dentária no local do cisto.


A colocação de solução de Carnoy (fixador de tecido contendo 6 ml de álcool absoluto, 3 ml de clorofórmio e 1 g de ácido férrico) na loja cirúrgica, por três minutos após a enucleação, pode reduzir a chance de recidiva, assim como o uso adjunto da crioterapia (BRONDUM; JENSEN, 1991; HSUN-TAU, 1998; BLANAS et al., 2000; NAKAMURA et al., 2002; ISRAEL; BRAGA;DIAS, 2004)



Tumor odontogênico queratocístico não usual de grande extensão com tratamento reabilitador


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Cisto Odontogenico Calcificante

cisto odontogênico calcificante é uma lesão incomum, com comportamentos histopatológico e clínico variáveis, possuindo características de cisto e de lesão neoplásica sólida. Outros nomes dados ao cisto odontogênico calcificante:
  • Cisto de Gorlin
  • Tumor dentinogênico de células fantasmas
  • Tumor odontogênico cístico calcificante
  • Cisto odontogênico calcificante de células fantasmas
cisto odontogênico calcificante pode estar associado a outros tumores odontogênicos, como os odontomas 

Características clínicas:

Os cistos odontogênicos calcificantes são quase sempre intra-ósseos ( 13 a 30 % dos casos podem ser periféricos). A frequência é discretamente maior em maxila. Cerca de 65% dos casos ocorrem na região anterior (incisivos e caninos). Os cistos odontogênicos calcificantes associados a odontomas costumam aparecer em pacientes mais jovens (idade média de 17 anos). Já as variantes neoplásicas parecem ocorrer em pacientes mais velhos.

Características radiográficas:

Área radiolúcida unilocular, circunscrita, bem-definida. Ocasionalmente pode ser multilocular.Estruturas radiopacas dentro da imagem  aparecem em até metade das lesões. Em até um terço dos casos, a área radiolúcida se encontra associada a um dente não-irrompido, geralmente um canino.
Cisto odontogênico calcificante
Cisto odontogênico calcificante
Cisto odontogênico calcificante
Cisto odontogênico calcificante
Aspecto macroscópico da peça cirúrgica  Notar a presença de estruturas brancas mineralizadas. Fonte: Prof. Ricardo Gomez